“Weapons” Domina as Bilheterias e Desafia as Convenções do Suspense

“Weapons” Domina as Bilheterias e Desafia as Convenções do Suspense

O novo filme de Zach Cregger, “Weapons”, prova ser um sucesso avassalador tanto no mercado internacional quanto no norte-americano, liderando as arrecadações e gerando debates sobre seu estilo narrativo. Enquanto isso, o cenário cinematográfico se prepara para uma série de lançamentos importantes nas próximas semanas.

Panorama das Bilheterias: Sucesso nos EUA e na Itália

O fim de semana foi modesto nas bilheterias americanas, com uma arrecadação total abaixo dos 100 milhões de dólares, a mais baixa desde o início de maio. Ainda assim, “Weapons” manteve a liderança com folga, faturando 25 milhões de dólares e elevando seu total para 89 milhões. Em segundo lugar, “Sexta-Feira Muito Louca, Mais Louca Ainda” arrecadou 14,5 milhões, somando 54,7 milhões no total. A estreia de “Eu Sou Ninguém 2” garantiu um lugar no pódio, mas com uma abertura de 9,2 milhões, não alcançou a marca de dois dígitos.

Outros destaques incluem “Quarteto Fantástico: O Início”, que continua com bom desempenho, somando 8,8 milhões e chegando a 247 milhões no total, e “Os Caras Malvados 2”, que arrecadou 7,5 milhões (57,2 milhões no total). “Superman” e “Jurassic World: Renascimento” atualizaram seus totais para 341 milhões e 332 milhões, respectivamente. Vale notar também o excelente retorno de “Shin Godzilla” aos cinemas, que arrecadou 1,6 milhão de dólares.

Na Itália, o cenário se repete. “Weapons” liderou o fim de semana com uma arrecadação de 114 mil euros, atingindo um total de 1,4 milhão. “Quarteto Fantástico: O Início” ficou em segundo, com 88 mil euros (7,6 milhões no total), seguido por “Jurassic World: Renascimento”, com 51 mil euros (quase 10,8 milhões no total).

Próximas Estreias nos Cinemas

O calendário de lançamentos está movimentado. No dia 20, chegam aos cinemas “O Mahabharata”, “Os Caras Malvados 2”, “Animais Perigosos”, “O Último Turno” e “Locked – Encurralado”. No dia 21, será a vez de “Warfare – Tempo de Guerra”, “Allelujah – Um Hospital em Revolta” e “Esplêndida Imperfeição – O Primeiro Amor de Casanova”. Mais adiante, no dia 25, estreia “Jujutsu Kaisen – Inventário Oculto / Morte Prematura – O Filme”. O final do mês também promete, com “Os Smurfs” e “Os Roses” no dia 27, e a chegada de “Enzo”, “Bolero” e o relançamento de “Harry Potter e o Cálice de Fogo” no dia 28.

A Estratégia Narrativa de “Weapons”

O sucesso de “Weapons” não se deve apenas aos números, mas também à abordagem ousada de seu diretor, Zach Cregger. O material de divulgação do filme, incluindo pôsteres e trailers, apresenta um parágrafo longo e detalhado que descreve uma cena cotidiana: “Às 21h17, levantei-me, saí de casa, fui ao cinema ver Weapons”. Essa escolha é uma declaração de intenções. Cregger deixa claro que não tem interesse na síntese. Ele está nos dizendo: “Aqui, criamos suspense sem pressa, mesmo que pareça em vão. Aceite ou desista”.

Essa abordagem me lembra das aulas de redação na escola, quando a professora nos pedia para enxugar um texto até o essencial. O objetivo era expressar a mesma ideia com o mínimo de palavras possível. Cregger, deliberadamente, faz o oposto. Ele valoriza a construção lenta da tensão, mostrando cada passo do processo, mesmo os que parecem triviais.

A Gênese Criativa por Trás do Suspense

É fácil culpar a produtora A24 por essa tendência de cinema de autor focado em atmosfera, mas Cregger tem seu método particular. Acostumamo-nos a pensar que um cineasta parte de uma mensagem ou de um tema profundo para depois encontrar a história que melhor o representa. No entanto, nem todos trabalham assim.

Zach Cregger, por exemplo, revelou que seu filme anterior, “Noites Brutais”, nasceu de uma simples premissa: o desconforto e o perigo de uma mulher que encontra um homem com todos os “red flags” possíveis em um Airbnb. Ele não partiu de um grande tema, mas de uma imagem, uma situação específica, e construiu a narrativa ao redor dela. Da mesma forma, cineastas como Gareth Evans (“Havoc”) partem de uma imagem forte — um homem chorando diante de um pacote de cocaína — e exploram a história que poderia levar àquela cena.

A diferença é que, enquanto a abordagem de Evans resulta em um filme de ação mais direto, o método de Cregger cria uma experiência imprevisível e desconcertante. Ele não está interessado em entregar respostas fáceis, mas em explorar as possibilidades que uma situação tensa pode gerar, desafiando as expectativas do público a cada passo.

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