Um Visitante Interestelar Gigante e Misterioso

Um Visitante Interestelar Gigante e Misterioso

Um cometa vindo de fora do nosso sistema solar, denominado 3I/ATLAS, está chamando a atenção da comunidade científica. Este é apenas o terceiro objeto interestelar já detectado, seguindo as descobertas do ‘Oumuamua em 2017 e do 2I/Borisov em 2019. No entanto, novas medições indicam que este visitante é muito maior do que se acreditava. Segundo o astrofísico de Harvard, Avi Loeb, o cometa pode ter uma massa superior a 33 bilhões de toneladas e um diâmetro de pelo menos 5 quilômetros, levantando a especulação de que poderia ser mais do que um objeto natural, talvez até um artefato de tecnologia alienígena.

Desaparecimento Temporário no Céu

Nos próximos dias, o cometa 3I/ATLAS está prestes a desaparecer de nossa vista. Isso ocorrerá porque a Terra e este intruso interestelar estarão em lados opostos do Sol. O brilho intenso da nossa estrela ofuscará o cometa, tornando-o invisível até que a distância aparente entre os dois corpos celestes aumente novamente. Atualmente, o cometa, um ponto extremamente tênue na órbita de Marte, pode ser observado com instrumentos de alta capacidade logo após o pôr do sol. Contudo, essa janela de observação se fechará em breve, com a máxima aproximação aparente do Sol ocorrendo no final de outubro.

A Trajetória do Cometa

Apesar da conjunção com o Sol, o cometa não chegará fisicamente perto da nossa estrela, pelo menos em comparação com outros cometas. Seu periélio, o ponto de maior aproximação do Sol, está previsto para 29 de outubro, a uma distância segura de 202 milhões de quilômetros. Infelizmente, isso significa que, da perspectiva da Terra, perderemos o momento em que o cometa estará em seu pico de atividade, quando a liberação de gases e poeira é mais intensa.

Diferente de Seus Predecessores

O cometa 3I/ATLAS se destaca significativamente dos visitantes interestelares anteriores. Ele se move quase duas vezes mais rápido que o ‘Oumuamua e o 2I/Borisov e é consideravelmente maior. Outra diferença fundamental é sua provável origem: enquanto os dois primeiros vieram do disco fino da Via Láctea (a região onde nosso sistema solar reside), acredita-se que o 3I/ATLAS tenha se originado do disco espesso da galáxia. Estudar suas características, como a recente e intrigante mudança de cor, é fundamental para entender melhor esses objetos e a composição de outros sistemas estelares.

Um Objeto Massivo e a Liberação de Gases

As observações de julho revelaram que o 3I/ATLAS está expelindo grandes quantidades de dióxido de carbono e poeira à medida que se aproxima do Sol. Avi Loeb e sua equipe calcularam uma leve “aceleração não gravitacional” em seu movimento, causada por essa “liberação de gases”. Esse fenômeno sugere que o núcleo do cometa deve ser muito mais massivo do que os modelos iniciais previam para gerar tal efeito. Ele supera em muito o ‘Oumuamua, com seus 400 metros de comprimento, e o Borisov, com cerca de 1 quilômetro de diâmetro. “Isso torna o 3I/ATLAS de três a cinco ordens de magnitude mais massivo que os dois objetos interestelares anteriores”, escreveu Loeb.

Próximas Oportunidades de Observação

O cometa voltará a ser visível da Terra a partir do final de novembro, antes de sua maior aproximação do nosso planeta, que ocorrerá a uma distância de 268 milhões de quilômetros. Embora não seja um encontro próximo, a comunidade científica espera obter mais informações sobre este fascinante objeto. Para isso, Loeb incentivou a NASA a direcionar a câmera HiRISE do Mars Reconnaissance Orbiter, que orbita Marte, para o cometa. Segundo ele, mesmo que a câmera capture apenas um único pixel brilhante, essa informação seria valiosa para refinar as estimativas sobre suas verdadeiras dimensões.

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